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Cantos de Batalha “Chanterai Por Mon Coirage”

 

ESPAÑOL Cantos de Batalla Medievales

 

ENGLISH Medieval Battle Chants

 

PORTUGUÊS O título anuncia-nos a celebração da guerra, realidade constante do homem medieval, dentro e fora da Europa em formação. Dividida em grandes ducados e permanentemente sujeita a invasões, por terra e por mar. O Papa era a única força que unia os ocidentais, desde a queda do império Romano (séc. IV) e a sua autoridade transcendia as fronteiras e os Estados, sagrando reis e imperadores. A religiosidade impregnava totalmente a vida dos três extractos sociais: clero, nobreza e povo. Os principais locais de peregrinação eram Santiago de Compostela e a Terra Santa que caíra em poder dos turcos. Perante esta ameaça e a iminente invasão da Europa pelos pagãos, os Papas e os grandes senhores, com a adesão de todo o povo, envolveram-se nas cruzadas como objectivo de recuperar os lugares santos para a Cristandade. Os conventos e as ordens monásticas, nomeadamente os templários, hospitalários e teutónicos, aderiram a esta iniciativa. A antífona mariana “Sub tuum praesidium”, em canto gregoriano, roga a protecção de Nossa Senhora, sendo intercalada com o Salmo II, salmo que era recitado pelos templários antes de entrarem na batalha. A preparação das expedições ao Oriente era também feita dentro da igreja, já que o espírito de cruzada, lançado em 1095 pelo papa Urbano II, tinha um sentido de peregrinação. A primeira parte do concerto desenvolve-se através do sentido mais religioso das cruzadas, com cânticos de júbilo “Congaudeant catholici” (provavelmente a peça mais antiga a três vozes da história da música) e de louvor “Venite a laudare”. Finaliza com duas peças retiradas do códice medieval “Llibre vermell de Montserrat”, a primeira descrevendo a apresentação do anjo Gabriel a Nossa Senhora com um refrão que congrega todos no mesmo objectivo “ Cantemos juntos, Ave Maria” e a segunda “Ad mortem festinamus” antevendo um aspecto mais sangrento das cruzadas “preparemo-nos para a morte, deixemos de pecar”.  

 

O enquadramento da segunda parte tem um carácter mais secular, abordando vários episódios de batalha como a incitação e a partida “L’homme arme” (melodia popular sobre a qual quase todos os compositores dos séculos XV e XVI escreveram uma missa), a saudade dos que ficam “Chanterai por mon coirage”, o cativeiro “Ja nuns hons pris” e a morte “Fortz chausa es”. O auto de Floripes, peça tradicional com origens medievais do Norte do país, narra a história de Carlos Magno, dos seus heróicos Doze Pares de França e da princesa turca Floripes descrevendo precisamente o momento das batalhas travadas perante a ameaça da invasão da Europa pelos “infiéis”. O programa termina com a peça “Deo gratias Anglia”, de agradecimento a Deus pela vitória na batalha de Azincourt de Henrique V, rei de Inglaterra contra Carlos VI de França, no âmbito da Guerra dos Cem anos.

 

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